domingo, 16 de fevereiro de 2014

POLÍTICA: Entre os EUA e a Rússia os rounds mais recentes favoreceram o Kremlin!

Na política internacional este final de semana mostrou os jogos geoestratégicos a penderem a favor de Moscovo na Síria e na Ucrânia, deixando a diplomacia norte-americana a contas com a inconsequência dos seus atos.
Na Síria torna-se cada vez mais evidente que Bashar al-Assad pode ser um ditador - e não seria substituído por outro porventura pior para a condição das mulheres e das minorias religiosas? - mas torna-se no garante da contenção do terrorismo islâmico naquela região do globo. Vencendo os opositores pelo cansaço, ele estará em condições de cercar e aniquilar os grupos rebeldes se, entretanto, eles não procurarem território mais favorável à sua atividade como promete ser o Afeganistão a curto prazo. Não será de estranhar que uma possível pacificação das relações irano-americanas inclua no mesmo pacote a preservação do estado de coisas tal qual estão na Síria e no Líbano. Tanto mais que o general Sissi está no Egito a revelar-se numa potencial réplica do presidente sírio, com idêntica propensão para se aproximar da Rússia de quem colheu agora o apoio militar, que Washington lhe sonegou.
Por seu lado, na Ucrânia, a manifestação deste fim de semana terá sido a reprodução daquela conhecida lei em como, antes de se extinguir, um movimento tende a ganhar um último e ilusório fôlego. Para muitos ucranianos o sonho de muitos euros e dólares ali despejados para se livrarem do abraço asfixiante do vizinho do lado foi uma ilusão, que nem a Casa Branca, nem Bruxelas avalizaram. E por isso começaram a ser devolvidos às autoridades os edifícios públicos ocupados, seguindo-se uma amnistia de quem foi preso nas últimas semanas. Depois é só deixar os factos falarem por si: comparar o pacote das “ajudas” prometidas por Putin com as apalavradas pelos europeus e norte-americanos.
Há realidades geográficas, que se sobrepõem incontornavelmente aos desejos mais utópicos de quem os alimenta…mas em quaisquer desses exemplos John Kerry terá dado mostras da sua vulnerabilidade face a um Kremlin decidido a recuperar o que ainda for possível da herança soviética… e com um assinalável pragmatismo para se adaptar às rápidas mudanças e curso a nível global.


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