O filme só está numa sala em Lisboa e tende a desaparecer como muitos outros, que mereceriam outro destaque e acabam por desaparecer, perfeitamente anónimos.
Mas este teria muitos argumentos a seu favor para escapar à maldição de tudo quanto não estimule o consumo de pipocas.
O realizador, Chandor, ofereceu-nos um dos melhores filmes sobre a crise financeira de 2008, naquele «O Dia Antes do Fim» em que Jeremy Irons é o crápula, que dirige uma das irmãs siamesas da Lehman Brothers e consegue convencer Kevin Spacey a uma enorme vigarice, capaz de linchar milhares de investidores desprevenidos e de salvar o banco da falência.
Robert Redford não precisa de apresentações, mas tem, sobretudo, como argumento a seu respeito a obra que tem feito em prol do cinema de qualidade através do Festival e do canal televisivo Sundance.
Um e outro reúnem esforços para tornar credível a provação por que passa um navegador solitário a contas com o naufrágio do seu iate e o desafio da sobrevivência num oceano que, mais do que desértico, está pejado de ameaças.
A inteligência de quem fez o filme reside em não tornar enfastiante essa concentração quase total no rosto e nos gestos do seu protagonista...
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