A trapalhada em torno dos Mirós, que deveriam ter sido classificados e não o foram, que não deveriam ter saído do país e ganharam asas ou que deveriam ter sido vendidos por uma leiloeira em Londres e irão ser devolvidos à procedência, constitui apenas mais um episódio do que é o modus operandi deste governo.
Tendo por doentia obsessão a vontade em sacar dinheiro aos contribuintes ou em angariá-lo pelas formas mais expeditas para o entregar aos bancos, passos coelho e a sua trupe não perdem um momento para aferir se as decisões colidem ou não com a legalidade, assuma ela ou não a forma do texto constitucional. Por isso, julgando-se no faroeste, tentam disparar primeiro sem imaginar quão distante ficarão do alvo e a jeito de se tornarem eles próprios objeto dos disparos alheios…
Azar do canhesto cowboy, quando é apanhado em falso.
O lamentável sujeitinho, que enche a vaidade com um título medíocre - quem é que na Cultura pode considera-la desmerecedora do estatuto de Ministério? - foi confrangedor nas desculpas com que procurou, ontem, iludir as suas culpas.
Quem quereria enganar? Quem ainda poderá suportar a esfarrapada desculpa de tudo ser culpa de Sócrates?
Não deixa de ser, aliás, eloquente a escolha do PSD para defender o indefensável: além do xavier ainda tivemos direito ao número grotesco de um abreu amorim, que ainda não percebeu o carácter anedótico de todas as suas intervenções.
Mas deixemos o acessório e concentremo-nos no essencial: os oitenta e cinco quadros de Miró voltarão a Portugal para serem devidamente integrados no património nacional. E só um poder demasiado estúpido deixará de os potenciar enquanto aliciante cartaz de atração para um prometedor turismo cultural.
Sabemos que esta gente não tem essa visão de futuro. Por isso importa correr com eles e devolvê-los ao medíocre anonimato de onde jamais deveriam ter saído!
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