Há pessoas, que nos oferecem as suas ideias ou obras criativas e nos suscitam a admiração de nunca perderem a coerência das suas convicções. O nosso Zeca Afonso ou o recém-falecido Pete Seeger são dois exemplos luminosos de personalidades de exceção pela tenacidade com que sempre defenderam as suas ideias e deram o corpo ao manifesto para as exaltar.
O realizador inglês Ken Loach enquadra-se nessa caracterização. Desde que me impressionou com um dos seus primeiros filmes (“Vida em Família”, 1971), sempre dele tenho testemunhado o incansável labor em dar da realidade e da História a versão menos conformista, aquela que melhor se enquadra na lógica de uma arte orientada para a transformação de algo, que nos indigna.
A sua consagração no Festival de Berlim é mais do que justa: premeia a carreira de um dos tais imprescindíveis de que falava o poema de Bertolt Brecht.
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