segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

POLÍTICA: O bestiário de passos coelho

Jean de la Fontaine criou quase duas centenas e meia de fábulas que, em muitos casos, se ajustam na perfeição ao presente político nacional.
Uma delas é a da rã que queria ser tão impressionante quanto um boi. E é isso que passos coelho lembra quando trata da questão do candidato presidencial do seu partido às próximas eleições presidenciais.
Olhando para os indicadores mais ou menos “trabalhados”, que o INE, o Banco de Portugal e o Eurostat lhe vão propiciando para dar conta do “milagroso sucesso” da sua governação, já se imagina a ganhar tudo nos próximos tempos: europeias, legislativas e presidenciais. Até porque os seus amigos na Comissão Europeia, no Banco Central Europeu, no FMI e na Goldman Sachs não deixarão de lhe prodigalizar os convenientes elogios, com que possa surgir perante os eleitores portugueses a apregoar-se muito bem apessoado.
Em suma, não tardará o momento em que, na volúpia do seu jactante inchaço, passos coelho se veja a liderar o «império por mil anos» que só ele será capaz de divisar no horizonte. Como se deteta no imaginário inconsciente, que o leva a intitular a sua moção como «Portugal Primeiro», uma tradução tosca do hitleriano «Deutschland über alles».
Para já, na sua megalómana perspetiva, passos coelho vai fazendo vítimas colaterais como se depreende da autoexclusão de marcelo rebelo de sousa das próximas eleições presidenciais.
Não é que isso constitua razão bastante para preferir as parlapatices do professor à opinião, que José Sócrates costuma emitir à mesma hora na RTP, mas não deixará de ser curioso ir acompanhando a reação daquele ao veto com que se viu subitamente premiado pela complacência até agora demonstrada com tanta malfeitoria do governo do seu partido…


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