quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

DOCUMENTÁRIO: «Quem beneficia com a primavera árabe?» de Esther Saoub, Alexander Stenzel (2011)

O Qatar e a Arábia Saudita trabalham ativamente para esmagar as aspirações democráticas dos países da Primavera árabe. O que pretendem é promover o surgimento de governos motivados pelo radicalismo islâmico, que impeçam tentações democráticas nas monarquias do Golfo. De facto, os movimentos democráticos dos anos mais recentes na Tunísia, na Líbia, no Iemen ou no Bahrein assustaram os cristalizados líderes qataris e sauditas. Eis a razão porque partilham zonas de influência e apoiam grupos islamistas aonde eles despontam com alguma intensidade.
No Epito os salafistas recebem subsídios da Arábia Saudita e os Irmãos Muçulmanos do Qatar. Se este país investiu fortemente no país do Nilo não foi por desinteressada filantropia.
A Líbia é menos manipulável por ter recursos petrolíferos e contar com tribos mais fortes do que os grupos religiosos.
Na Tunísia, o partido Ennahda, que é uma emanação dos Irmãos Muçulmanos, triunfou nas eleições, mas uma parte substancial da população começa a revoltar-se contra a pretendida islamização forçada da sociedade.
Na Faixa de Gaza, o emir do Qatar apoia o Hamas e ofereceu-se para atribuir 400 milhões de dólares para reconstruir essa região sinistrada.
Mas, atualmente, é na Síria que a ingerência dos Estados do Golfo parece mais forte. Trata-se de financiar  a insurreição sunita e a instauração de um governo fundamentalista, que sirva de tampão ao Irão xiita.
Por todos esses cenários, os realizadores entrevistaram mulheres, sindicalistas e jornalistas que tentam lutar contra a influência desses “irmãos” tão ricos e “generosos”.


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