Em 21 de agosto de 1911, o retrato da Mona Lisa desaparece do salão Carré do Louvre. A célebre obra andará desaparecida durante dois anos e meio naquele que constitui um dos casos de roubo mais badalados dessa época.
A polícia francesa é ridicularizada pela sua ineficiência, apesar de seguir todas as pistas passíveis de a levar a quem cometera esse roubo. Às tantas os parisienses já estavam conformados com a forte probabilidade de não voltarem a apreciar o quadro de Leonardo da Vinci que o rei François Ier comprara em 1518.
E, no entanto, quer o quadro, quer quem o roubara, está ali mesmo ao virar da esquina! Ou mais propriamente num apartamento do 10º bairro de Paris.
Até que, em dezembro de 1913 o operário Vincenzo Perrugia escreve a um negociante de arte de Florença, Alfredo Geri, a propor-lhe o regresso da obra a Itália, já que está convencido que todas as obras italianas expostas no Louvre tinham sido roubadas por Napoleão durante as suas invasões.
Geri convida Perrugia a levar-lhe a obra à Galeria dos Uffizi para aferir se se trata de uma cópia se do desaparecido original. Confirmando-se esta última hipótese Perrugia é imediatamente preso.
O reaparecimento da obra ainda causa maior clamor do que o seu desaparecimento. O quadro é, então, exposto em Florença, em Roma e em Milão, antes de ser devolvido ao Louvre.
O que Joe Medeiros se propõe fazer é a identificação dos motivos de Vincenzo Perrugia para se ter apossado do célebre quadro. Por patriotismo, como acredita a filha, então ainda viva e que entrevista para o filme? Por um desejo de integração numa França prenhe de atitudes racistas para com os emigrantes?
O realizador visita os locais onde o operário viveu e trabalhou e investiga nos muitos documentos em arquivo: jornais, relatórios da polícia, dossiers do julgamento, documentos da aferição psiquiátrica e até as cartas enviadas por Perrugia aos pais. Estas últimas dão a explicação pretendida: ele desejava conseguir o dinheiro suficiente para livrar a família da pobreza em que vivia.
Conclui-se, assim, uma investigação bem humorada, que dá conta do espírito de uma época bastante truculenta.
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