sábado, 31 de agosto de 2013

POLÍTICA: um maduro zombie

Que entusiasmo houve pela vinda de Florença do ministro maduro! Depois do relvas prometiam-nos um perfil académico e profissional na sua exata oposição. Um professor respeitado nas estranjas e com trabalhos de referência nos cenáculos onde costumava debitar a sua retórica.
Não foram precisos muitos meses para se compreender o flop, que ele é. Se se dizia, que a comunicação do governo era má - como se o problema residisse na forma de vender o produto e não na sua péssima qualidade, impossível de embelezar pelo mais dotado dos marketeers! - a sua estratégia dos briefings redundou numa anedota para gáudio da Oposição. Mas a empalidecida imagem entretanto dele criada, ainda pior fica com as repetidas demonstrações de desonestidade intelectual reveladas pelos seus discursos de que é exemplo lapidar o pronunciado durante a universidade de verão do seu partido. Nessa vertente conclui-se não haver diferença de monta entre maduro e o seu antecessor.
Na sanha anti-Tribunal Constitucional, que anima a atual direção do PSD, não existe pudor nem a mínima ponta de escrúpulo. Como lembrava Pedro Adão e Silva na sua sempre indispensável crónica no «Expresso», estamos num tempo de zombies ideológicos:  os argumentos vão sendo continuamente desmentidos pela realidade, que, logicamente, os deveria matar e enterrar, mas eles vão reemergindo à superfície para continuar o objetivo monstruoso de manter vivo um cadáver adiado - este capitalismo selvagem, avesso a regras e a sentido social.
Aparentando frescura no penteado e barba elegantes, maduro tem um rosto bem mais verdadeiro: o de um morto-vivo tão teimoso quanto o dos seus congéneres nos filmes do Georges Romero.


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