Acaso eu tivesse imitado muitos dos ex-maoístas que, a meu exemplo andaram a ler o Livro Vermelho nos anos 70, e deram uma volta de cento e oitenta graus para aderirem ideologicamente ao PSD, teria ido à rua esta manhã e, perante os números do INE, encontraria uma exaltante realidade: fábricas reabertas a fumegarem vibrantemente pelas suas chaminés, engarrafamentos de carros, bicicletas e peões a dirigirem-se para os empregos, lojas de centros comerciais a inaugurarem depois de meses a fio encerradas e com as montras cobertas de anúncios em trompe l’oeil, camiões de mercadorias a cruzarem-se às centenas nas estradas do país. E, amanhã, na festa do Pontal, não deixaria de bater palmas com entusiasmo aos amanhãs que cantam proclamados por passos coelho.
E, também, porque o estar na outra trincheira oposta à deste governo me livra de ingenuidades, espanta-me a acriticidade de jornalistas e comentadores, que “esquecem” quanto o crescimento proclamado pelo INE e anunciado com fanfarras por diversos ministros se deve em grande parte à nova unidade de refinação da Galp em Sines, cuja construção foi iniciada em dezembro de 2008 durante o Governo de José Sócrates e agora a funcionar em velocidade de cruzeiro para o mercado da exportação.
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