Duas notícias dos últimos dias, à primeira vista sem relação uma com a outra, enquadram-se dentro da mesma lógica ideológica assumida por este (des)governo para cumprir os objetivos a que se propôs em conluio com a troika: destruir tudo quanto cheire a setor público e dá-lo a privados para que colham os frutos da sua exploração e, ao mesmo tempo, definam quais os conteúdos a transmitir a quem «servirem».
Numa dessas notícias revela-se uma queda abissal das audiências da RTP no último ano como consequência de toda a estratégia ali executada pelo respetivo presidente, alberto da ponte, que era, e é, homem da confiança de miguel relvas. Se a privatização não aconteceu com a rapidez anteriormente pretendida, ela continua a ser preparada com este descalabro de espectadores, que significarão menos receitas publicitárias e inviabiliza a possibilidade de equilíbrio financeiro.
O que a direita pretende é muito simples: criar as condições para imitar samaras e fechar os canais públicos. Dando assim espaço nas frequências depois disponibilizadas a emissões privadas capazes de entreterem as audiências com programas estupidificantes tais quais os apresentados pelas teresas guilhermes, que por ali pululam. Programas que apelem à inteligência de quem os veja tornar-se-ão uma espécie em vias de extinção, possibilitando o sucesso dos berlusconis e dos palhaços grilos à escala nacional.
A outra notícia tem a ver com o cheque-ensino promovido por crato. Aqui é a tentativa de reduzir a dimensão e a qualidade do ensino público em proveito dos colégios privados quase todos dominados pelos interesses e pela ideologia das ordens religiosas. Para os mais pobres fica um ensino destinado a franquear-lhes as portas à proletarização, enquanto os filhos dos privilegiados serão preparados para preservarem a dimensão e as ideias das elites ligadas à banca e aos hipermercados.
Antes que essa gente cause maiores danos, é preciso recambiá-los para o caixote do lixo da História!
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