D. João V reinou entre 1707 e 1750 naquele que, graças ao ouro do Brasil, constituiu um dos períodos de maior riqueza e esplendor da história lusa.
Muito devoto, o monarca absolutista decidiu investir em arte sacra e em aprofundar os laços com o papado.
A Capela Real foi então transformada para se assemelhar a uma réplica do Vaticano e o Paço da Ribeira ampliado para albergar uma corte eclesiástica de mais de duzentos dignitários e um conjunto de músicos, que chegou a contar com mais de setenta cantores.
Como resultado dessa aproximação à influência italiana, mandou vir de Roma diversos músicos e para lá enviou outros para aprofundarem os seus conhecimentos de interpretação e de composição. Muitos clérigos foram igualmente instruídos em Roma para se tornarem exímios intérpretes de cantochão de acordo com a prática da Capela Giulia.
Francisco António de Almeida foi um desses bolsistas, que viveu seis anos a colher a influência direta de grandes compositores da época como Corelli, Caldara ou Pasquini ou dos seus discípulos.
Foi assim que, além da música sacra, Almeida tomou contacto com outros estilos, que inovavam os conceitos de composição nomeadamente com a inserção de elementos da ópera napolitana e da cantata.
Muito embora se deva lamentar a perda de grande parte da obra de Almeida, conhece-se a sua obra-prima La Giuditta, uma oratória com muitas melodias elegantes, alguns motetes religiosos para solistas, coro e baixo contínuo e o Magnificat para dois coros.
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