quarta-feira, 14 de agosto de 2013

FILME: «The Blues Brothers» de John Landis (1980)


Era tão diferente o mundo em 1980, quando se estreou este filme do John Landis.
Reagan ainda não sucedera a Jimmy Carter, pelo que não podíamos imaginar a estratégia de que ele se faria portador ao chegar à Casa Branca:  acelerar a Guerra Fria para precipitar a falência e implosão da União Soviética e, com esse suposto “fim da História”, reduzir ou eliminar tudo quanto pudesse representar um mundo minimamente decente na relação entre patrões e empregados.
Mas também, a nível de Hollywood, era um tempo de muitos aindas! Landis: um cineasta prometedor na direção de comédias; Aykroyd: extremamente elegante; Belushi: ia-se drogando sem chegar à overdose; e Carrie Fisher: perdera a aura e o penteado da princesa Leia da “Guerra das Estrelas”, mas ia-se conseguindo aguentar nas suas múltiplas dependências.
Quando vi o filme pela primeira vez ri-me a bandeiras despregadas. E admirei o facto de ali irem cantando muitos dos grandes nomes da música negra de Cab Calloway a Aretha Franklin, passando por James Brown ou Ray Charles. Todos eles convidados pelos irmãos Blues a participarem num espetáculo destinado e evitar o encerramento do orfanato onde tinham crescido. E criando de passagem uma série de inimigos caricaturais desde grupos de “country music” a bandos de nazis pouco viris.
Embora conscientes de muitas realidades, ainda tínhamos a inocência dos verdes anos. Por isso ríamos com a descontração de quem via possíveis os bons sentimentos de quantos ali representavam os bons contra os maus da fita. O mundo era maniqueísta. Só não imaginávamos o poder e a capacidade de disfarce dos verdadeiros maus, que continuam a nada ter de caricatural!


Sem comentários:

Enviar um comentário