Sim! Sem dramas, mas com algum suspense - quem não gosta de um final palpitante em que tudo parece ir-se alterar e afinal fica tal qual esperávamos momentos antes? - lá foi apresentado o Orçamento de Estado.
Depois de tanta especulação, com impostos para aqui, impostos para acolá, quase todos os comentadores não conotados com o PàF (que esses estão incuravelmente míopes!) reconhecem ser o orçamento possível perante os constrangimentos europeus e os acordos dentro da maioria parlamentar.
Os que têm maiores rendimentos passam a pagar mais para que os desvalidos desapertem um pouco o cinto, e isso chama-se justiça fiscal. É a lógica mortaguiana de impedir que uns tenham obscenamente demais para que outros passem a conhecer um mitigado desafogo.
Continuará decerto a escandalizar-se quem não consegue deixar de se sentir inconsolável com a derrota eleitoral de há um ano, mas a maioria dos portugueses agradece. Como é o meu caso. Porque passou a receber mais do que acontecia no tempo de Passos Coelho e não se importa de ver prolongada a sobretaxa por mais uns meses se isso ajudar a consolidar as contas públicas e a libertar o governo de tanta pressão por parte dos representantes do PPE na Comissão Europeia e no Eurogrupo.
Para já, e ao contrário do que não sucedeu nos quatro anos anteriores, este governo não precisou de nenhum retificativo para acertar na execução de um orçamento consistente e rigoroso! E isso também vale muito por esta altura!
(Jasper Johns, Target with four faces)
Sem comentários:
Enviar um comentário