Bem pode Assunção Cristas fazer malabarismo com os números, que as eleições açorianas não constituíram apenas uma derrota significativa para o PSD: foi também para ela mesma, que andou semanas seguidas a calcorrear as ilhas e sobretudo São Miguel sem conseguir a eleição de Ana Afonso por ela designada como sua escolha pessoal para alcançar o parlamento açoriano. E quando não era ela nesse afã, mandava o mistificador do comentário económico Camilo Lourenço, que é seu dileto colaborador para as questões da comunicação.
A vitória de Vasco Cordeiro deve-se ao reconhecimento de obra feita e só não é mais expressiva porque muitos terão dado a maioria absoluta como garantida e não cuidaram de sair de casa para irem depositar o seu voto na urna.
Importante é, igualmente, a votação do Bloco (que lhe permitiu ter mais um deputado) e a da CDU, que prenunciam influência mais significativa num futuro distante.
Mesmo sabendo-se que o líder açoriano não é nenhum entusiasta da solução governativa em Lisboa, também ele vai tendo de se acomodar à maioria parlamentar, que se vai consolidando orçamento após orçamento. Lá chegará, porventura, o tempo em que fará todo o sentido contar com ela igualmente no arquipélago pelo seu potencial de alargar a base social de apoio a quem governa.
(Charlene Brown)
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