Há coisas, que não compreendo por irem muito além do que a Razão ditaria serem injustificáveis. Uma delas é a insistência do PSD em pôr Maria Luís Albuquerque a ser a voz do partido para contestar as políticas governamentais, mormente quando elas possam estar a prejudicar a qualidade dos serviços públicos como era a tese da interpelação parlamentar ontem verificada na Assembleia da República.
Se Passos Coelho tivesse o cuidado de ir buscar algum desconhecido à última fila da bancada ainda poderia ser ouvido com alguma atenção. Quanto mais não seja pela expetativa de lhe ouvir a argumentação e aferir até que ponto fugiria da cassete usada e esgotada pelo seu partido nestes últimos dez meses. Mas, agora, quando incumbe a consultora da Arrow para contestar aquilo que ela fez em dimensão muito mais gravosa enquanto esteve no governo, não lembra ao mais asizado. É que a reação só pode ser a de arregalar os olhos, esfregar as orelhas para saber se estarão efetivamente a captar o que parecem estar a ouvir, e depois tomar assim como que uma pose de Astérix e dizer: “ils sont fous ces gens de la droite!”
É claro que podemos imaginar Maria Luís e Passos convencidos da ingenuidade ou falta de memória dos portugueses, mas acaso assim julguem só mostram quão autistas se revelam em relação a uma realidade, que tende a atropela-los sem comiseração.
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