Em pânico a elite republicana, que tanto se teapartizou nos anos mais recentes, está a despertar para o cenário provável de perder a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes.
Paul Ryan, o líder do partido, já deu orientações para todo o aparelho prescindir dos anéis e salvar os dedos, o que equivale a dizer que devem deixar cair qualquer esforço em salvar Trump de uma derrota humilhante, focalizando-se em manter tanto quanto possível os votos bastantes para garantir alguma margem de negociação com a vencedora da primeira terça-feira de novembro.
É que sondagens fidedignas aventam a possibilidade de a Administração Hillary não só decidir quem maioritariamente comporá o influente Supremo Tribunal, como conseguirá passar toda uma panóplia de legislação, que tem sido continuamente bloqueada naquelas duas Câmaras.
Com um Donald Trump em guerra aberta com o partido por que concorre às presidenciais, não será de espantar que a Fox News recupere uma teoria da conspiração surgida há já alguns meses, que explicaria a candidatura de Trump como fazendo parte da estratégia da perversa Hillary para derrotar os republicanos.
Lá virão, a comprová-lo, as imagens do casal Clinton na festa de casamento do atual adversário e o seu papel facilitador das condições de fuga aos impostos por ele reivindicada como sinónimo de esperteza.
Será um paliativo fracote, mas a direita norte-americana bem merecerá uma longa cura de oposição para compreender como deixaram de fazer sentido os seus valores e propostas só apreciadas por uma classe branca envelhecida e ciosa de tradições cada vez mais sem sentido.
A América mais jovem e letrada, aquela que secundou Bernie Sanders na sua inesperada campanha só derrotada pelo jogo sujo a que foi sujeito por quem controla os Democratas, irá fazer-se ouvir nos próximos anos, exigindo as transformações que desde Ronald Reagan têm sido impossíveis de concretizar.
(Alan Gouk, Dark Oak Conspiracy, 2011)
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