segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Esclarecimentos sobre o aumento das pensões

Um dos ministros ao atual governo, que mais aprecio é o Pedro Nuno Santos a quem um recente participante no Forum de Outono da Associação Manifesto elogiou por ter um pensamento muito estruturado, depois de se lhe ouvir a intervenção sobre a situação política.
Ao «Público» ele deu hoje uma entrevista, que vale pelo seu todo, mas comporta igualmente uma explicação eloquente sobre a razão para só as pensões contributivas terem o previsto aumento de 10 euros no Orçamento para 2017. Porque ouvira de manhã a questão explorada negativamente para o governo num daqueles programas de opinião pública transmitidos pelas nossas televisões para alguns privilegiarem aí a sua ação propagandística a favor da direita, eis aqui a explicação: “as pensões sociais entre 2011 e 2015 aumentaram 11 euros, as rurais aumentaram 14,39 euros e a pensão mínima com carreira contributiva até 15 anos aumentou 15,69 euros. Todas as pensões acima disto, entre 262 e 628 euros, tiveram zero de aumento.”
Temos, pois, um aumento destinado a corrigir a desigualdade operada pelo governo anterior, que permitiu a quem recebe pensões sem para elas terem contribuído, se aproximassem, e nalguns casos, ultrapassassem, quem para elas efetivamente descontou.
Mas vale, igualmente, perceber a razão desse aumento só em agosto, desmentindo o que alguns vão enaltecendo como tratando-se de medida perspetivada em função da proximidade da data das eleições autárquicas: “o aumento acontece em Agosto pela única razão que nós, até Agosto, vamos conseguir finalmente ter um sistema informático que nos permitirá atribuir [os aumentos] aos pensionistas e não às pensões. Acontece em muitas situações haver pensionistas que têm direito a duas pensões e este aumento extraordinário criaria injustiças, porque uns teriam aumento extraordinário de 10 euros outros de 20 euros.”
É claro que haverá quem continue a mistificar estas questões em proveito da direita, mas valerá a pena sabermos verdadeiramente o que está em causa para melhor os contestarmos.


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