Em política não há fotografias inocentes e qualquer david dinis da nossa praça sabe-o bem, porque se presume ter andado a ler sobre semitóticas e coisas afins, quando andou a estudar na faculdade. Isso fá-lo intérprete habilitado das mensagens mais ou menos subliminares conotáveis a quaisquer imagens jornalísticas.
Por isso optar por uma fotografia de Passos Coelho a subir uma escada na capa do «Público» de hoje tem uma intenção, que pretende reescrever a indisfarçável realidade.
Salta à vista de todos que, desde há quase um ano, Passos Coelho anda a descer cada vez mais a escada metafórica definidora da evolução dos seus apoios no eleitorado. Tal descida tem sido tão contínua e sustentada, que pouco faltará para ele chegar ao patamar já percetível no lance presente: o de terminar na irrelevância.
É essa perceção coletiva que o jornal da Sonae pretende inverter. E por isso põe-no em ascensão, quando é em irreversível queda que se encontra.
Na prática o atual responsável por tal jornal revela-se um continuador da orientação nele vincada por José Manuel Fernandes e consonante com o que sabemos da sua própria biografia.
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