Confesso ter tentado ler a crónica de Francisco Assis no «Público» de hoje, mas só em diagonal a considerei suficientemente suportável, dado interessar-me perceber o que defende hoje o nome mais visível da ala direita, que o Partido Socialista comporta.
Para ele o Orçamento para 2017 demonstra a opção de António Costa em render-se à Europa e em ir abandonando de fininho as demais esquerdas em que assenta a sua maioria parlamentar.
Julgando-se dotado da grande Verdade, qual Messias momentaneamente exilado no deserto, Assis já não esconde a alegria, que lhe daria vingar-se dos «jovens turcos» simbolizados na pessoa de Pedro Nuno Santos. Ofendendo-os, porque os diz manipulados por Mariana Mortágua como se o ministro em causa ou João Galamba não tivessem já demonstrado uma inteligência, que dispensa qualquer guru, Assis compraz-se no desejo de ver o Partido Socialista regressar ao que foi nessa apagada e vil tristeza dos tempos de António José Seguro.
Nem sequer o estar no Parlamento Europeu, donde teria maior proximidade para ver o que tem acontecido aos socialistas e aos sociais-democratas com vergonha de o serem, permite a Assis sair da sua miopia de eterno vencido nas posições, que vai sucessivamente defendendo para o Partido. Mas não deixa de ser eloquente, que o jornal da Sonae nele reserve uma página semanal, como se ainda importasse o que ele ali vai exprimindo.
(Chris Cook)
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