Há um argumento que as direitas irá usar enquanto for possível, sabendo de antemão quanto não faltará muito para também ele se lhe escapar: o da falta do investimento público.
Na entrevista hoje facultada ao «Público», Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, anunciou que 2017 será o ano em que o governo negociará com a Comissão Europeia o ajustamento do programa Portugal 2020, porquanto as prioridades mudaram com a alteração da realidade política do país. Ainda assim considera perfeitamente possível a execução, em 2017, de 1000 milhões de euros desse programa, o que significará quatro vezes mais do que foi possível no ano em curso.
Conseguir-se-ão, assim, direcionar investimentos fundamentais para a requalificação de adultos e para o incremento das competências escolares , ou nas políticas direcionadas para a valorização do território, mormente desse interior que o governo de Passos Coelho tratou de ainda mais desertificar ao fechar serviços fundamentais para que permanecessem economicamente ativos.
As prioridades irão, porém, para os investimentos nas ferrovias e nas infraestruturas portuárias, que são vitais para uma circulação e exportação facilitadas de mercadorias. Para além de garantirem promissor retorno financeiro, esses investimentos criarão emprego e promoverão o crescimento económico.
É esse o problema maior que assiste às direitas: estão-se a criar atualmente os alicerces sobre os quais se sustentarão alguns dos principais pilares do desenvolvimento nacional nas próximas décadas. E a ser bem sucedida, esta estratégia bastará para manter as direitas marginalizadas do Poder por muito tempo. O que será bem merecido, porque segundo Pedro Marques, uma das suas maiores surpresas ao chegar ao governo foi ver o dossiê de revisão das PPP com a Brisa com quase tudo por fazer.
(Kazimir Malevich)
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