No «Le Monde Diplomatique» deste mês vem um artigo assaz interessante de Martine Bulard sobre a crescente penetração de capital chinês nalgumas das mais conhecidas empresas francesas. O que também se verifica em Portugal. Eis a explicação para tal facto:
“Depois da crise de 2007-2008, os investidores institucionais chineses perderam confiança no sistema financeiro americano, que era a sua referência. Aperceberam-se de que comprar os títulos do Tesouro americanos para reciclar uma parte dos seus imensos excedentes financeiros - as reservas cambiais oscilam entre 3 biliões e 3,5 biliões de dólares, em média, desde 2010 - não representava uma garantia económica numa altura em que as taxas de juro se aproximam do nível zero. Foi então que soou o alarme da diversificação, inclusive comprando dívidas europeias.”.
A opção chinesa é tanto mais justificável quanto, nesses investimentos, os chineses têm outro objetivo fundamental, que só comprova a sua perspicácia:
“ Do seu ponto de vista, este enorme apetite é compreensível: permite-lhes adquirir tecnologias mais rapidamente do que investindo no seu próprio país.”
(Joana Gomes, Pigment Rush)
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