Num dos canais por cabo concluiu-se esta semana a apresentação da série “The Newsroom”, que se estreara durante o Verão nos EUA e aí fez um percurso polémico, com os críticos sérios a elogiaram-na, mas os partidariamente alinhados do lado do “Tea Party” a execraram-no.
O interesse dos dez episódios da primeira temporada pode ser visto, precisamente, enquanto veículo sofisticado de propaganda anti-republicana nos meses precedentes à atual campanha presidencial.
Passada num estúdio televisivo, e mais especificamente na produção do noticiário principal de uma estação televisiva, “The Newsroom” roda em torno de um pivot republicanoem dissonância com o rumo ultimamente tomado pelo seu partido e, enquanto tal, capaz de dar voz ao idealismo da produtora MacKenzie, contratada para concretizar um projeto de telejornalismo sério como o outrora personificado por vultos da estirpe de um Murrow (fundamental no derrube do macarthismo), de um Cronkite (sério observador do desastre verificado na Indochina) ou de um Dan Rather.
É claro que os argumentistas alinharam uns quantos conteúdos paralelos orientados para a satisfação de quem não aprecia particularmente a vertente mais politizada e temos assim histórias do tipo A ama B, que namora com C, mas está de olho em A. Ou de A amou B, que o traiu anos atrás, mas continuam ambos prontos para reatarem o romance.
Para além de relacionar-se continuamente com a atualidade - desde as derivas totalitárias de governadores de alguns estados até à missão de que resultou a morte de Bin Laden - a série aborda continuamente a questão da liberdade de informação tendo em conta a dependência da publicidade e a sujeição direta a acionistas pouco consonantes com as mensagens políticas emitidas. E é aqui que entra Jane Fonda num papel secundário, mas em que dá o corpo ao manifesto de quem aposta em manobras tortuosas para esmagar quem tenta inovar e informar com ética.
É bom saber que, em 2013, já está garantida a segunda temporada desta série protagonizada por Jeff Daniels e Emily Mortimer.
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