segunda-feira, 1 de outubro de 2012

POLÌTICA: O definitivo PIM!


Em tempos, que já lá vão, o Almada Negreiros atirava com uns pins e uns morras ao Dantas porque, entre muitas outras razões, era um escárnio da consciência.
O João César das Neves, eminente doutor da Católica e colunista do «Diário de Notícias» demonstra-nos todas as semanas que vão-se os tempos, mas ficam os Dantas.
Senão vejamos a crónica de hoje em que, entre salmos e aleluias, nos anuncia que já se veem resultados (entendam-se que bons!) da governação de Passos Coelho.
Se é certo que a barba talvez nos não nos deixe confirmar esta ilação, mas é sem corar que ele diz: Quase ninguém notou, mas nas contas nacionais do último trimestre, pela primeira vez desde a entrada na CEE, a balança comercial ficou positiva. A última vez que exportámos mais do que importamos foi no último programa do FMI em 1983-85. Isto significa que a receita voltou a funcionar. Este é o bom caminho. O elemento decisivo está, não no Governo e políticas, mas na mudança de atitude de famílias e empresas. Regressam os bens velhos hábitos.
É claro que para o César das Neves não contam os desempregados, a fome e a miséria de tantos portugueses, o desespero das instituições de solidariedade social sem capacidade para apoiarem todos quantos a elas recorrem, nem coisas também tão pouco comezinhas como o são os índices da recessão e o aumento do défice público.
Diaiz ainda o Almada: «E ainda há quem não core quando diz admirar o Dantas!»
Que poderíamos replicar com a mesma frase para o inefável César das Neves, ainda choramingão impotente porque os portugueses gostam mesmo de política. No meio de uma crise terrível perdem tempo a discutir medidas, ministros, partidos, como se só Governo e Parlamento tivessem culpas e soluções. Distraídos com debates espúrios, perdem a realidade debaixo do nariz. 
Pelos vistos a realidade vista pelo César das Neves é completamente diferente da dos milhões de portugueses, que poderiam repetir o manifesto anti-Dantas com o definitivo PIM.

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