Apesar de todos os dias surgirem notícias surpreendentes - que fazem pensar numa imparável aceleração do tempo político - os domingos costumam dar algum refreamento a tais novidades, dando possibilidade de olharmos com maior disponibilidade para os acontecimentos com um distanciamento mais crítico, recorrendo a apreciações alheias. Começando pelo blogue “Câmara Corporativa” um leitor revela o incómodo na audição dos discursos do primeiro-ministro: Ouvi-lo é um deplorável exercício de audição de lugares comuns, clichés e bitaites. Um discurso, não de um impreparado, mas antes de um imbecil. O triste espetáculo das suas declarações públicas é cada vez mais humilhante.’
Dá de facto para sentir vergonha por termos tal personalidade como aparente representante nacional junto dos demais líderes europeus. Porque como Bruno Sena Martins revela no “Arrastão” Passos Coelho tem um complexo de classe. Na verdade dois.
1 -Complexo de superioridade: em Portugal está-se a marimbar para os de baixo e, como a pobreza é coisa de malandros que viveram acima das suas possibilidades, só tem olhos para o Excel do Gaspar.
2- Complexo de inferioridade: chegado à Europa sente-se tão pequeno ante os vultos da política internacional que sequer equaciona renegociar a dívida (puxar o tema poderia beliscar as afinidades com a senhora loura).
Merece um duplo desprezo: o desprezo de Portugal e o desprezo da Europa (por ali deve dar pena um político que nem tenta defender os interesses dos seus representados, enquanto que finge ser parte do clube).
Mas para que não malhemos apenas em Passos Coelho reservemos algumas palavras a Paulo Portas através da prosa de Pedro Marques Lopes no “DN”: Um ministro de Estado que também é presidente dum partido da coligação escrever uma carta em que anuncia que apoia o Governo é um episódio que fica para sempre no anedotário da política nacional. Se fosse a primeira vez em que Paulo Portas nos brindava com este tipo de cenas dava para um cidadão se indignar. Agora, já não. É só mais uma na opereta que está a encenar em que nos tenta convencer que está no Governo mas não está, em que apoia o Executivo mas não apoia, que concorda com as medidas mas não concorda. Para dar colorido a este triste espetáculo ainda temos Vítor Gaspar a fazer "enormes" piadas de mau gosto com ele e Miguel Relvas - que renasceu, provavelmente convencido de que está tudo esquecido - a dar indiretas sobre estados de alma. Patético.’
Sem comentários:
Enviar um comentário