quarta-feira, 17 de outubro de 2012

POLÍTICA: a ressaca do anticiclone dos Açores


O resultado das eleições regionais nos Açores já está a suscitar intensa atividade sismológica dentro da coligação governamental.
Ainda a lamber as feridas de ter perdido dois deputados Paulo Portas remete-se a um ruidosíssimo silêncio, que contrasta com o alarido cada vez mais audível dos seus parlamentares. De repente é toda a vistosa capa do «partido do contribuinte» ou dos «defensores dos pensionistas», que se esfarrapa sem esperança de poder vir a ser remendada a tempo dos novos confrontos eleitorais, bem possíveis de acontecerem muito antes do previsto.
Se por hipótese o país for a eleições antecipadas daqui a três ou quatro meses, como conseguirá Portas voltar a afivelar a fatiota de Paulinho das feiras perante quem o ouviu e por ele se sentiu enganado?
Mas não é só no CDS que a ressaca dos resultados eleitorais de domingo causam mossa. Hoje, com o orçamento em discussão, já a direção do PSD se reunia com os dirigentes distritais muito naturalmente alarmados com a vaga de fundo, que os poderá varrer nas autárquicas de daqui a menos de um ano.
Perante o coro de vozes do seu próprio campo ideológico, que desconsidera o orçamento para 2013, tomando-o como um documento sem ponta por onde se lhe pegue, bem tentam os relvas, os moreiras da silva ou os álvaros dar aparência de normalidade ao verdadeiro estado de emergência em que o governo se colocou, completamente acossado por todas as classes sociais e por todos os grupos profissionais.
Não admira que quem tão entusiasticamente andou a verberar o Partido Socialista e a enaltecer as virtudes reformistas deste Governo ande agora a reciclar o discurso e a quase implorar para que António José Seguro se deixe  atolar no desastre em que Passos mergulhou o país...

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