A Fundação Henri Cartier Bresson acabou de inaugurar em Paris uma exposição consagrada aos trabalhos do fotógrafo Moï Wer entre 1929 e 1931, revelando uma personalidade praticamente esquecida, mas extremamente interessante.
O verdadeiro nome do artista era Moses Vorobeichic e nasceu na comunidade judaica da Lituânia, que serviria de tema para muitos dos seus trabalhos agora revelados.
Ao vermos as imagens do bairro judeu de Vilnius não podemos deixar de ter presente o destino, que quase todos os homens, mulheres e crianças ali captados iriam ter passada uma dúzia de anos.
Moses escapará, porque vai estudar para a célebre Bauhaus, aí tomando conhecimento dos conceitos e das práticas das vanguardas do seu tempo, logo por ele traduzidos numa obra de inegável maturidade.
O objetivo consistirá em explorar novos modelos de visualização das imagens, interligando-as, pondo-as em diálogo entre si, seja colocando-as lado a lado, seja em falsas colagens aonde só importam os olhares ou os movimentos suspensos.
Moï Wer queria, assim, demonstrar a nossa incapacidade para ver a realidade no seu todo, estando condenados a apreciá-la nos seus segmentos.
Mas, paradoxalmente, ele abandona a fotografia ao sair da Europa, para se radicar na Palestina a partir de 1934, dedicando-se doravante à pintura religiosa sob outro pseudónimo, Moshé Ravis, até morrer aos 92 anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário