No sábado, dia 20 de outubro, poderemos ver na ARTE, um documentário realizado por Jackie Bastide e produzido por Jean-Jacques Beineix: “O Mistério das Múmias Coptas de Antinoe”.
Datado deste ano, acompanha a inauguração das novas salas do Louvre dedicadas ao Oriente mediterrânico durante o Império Romano e tem origem nas escavações levadas a cabo por Albert Gayet no final do século XIX e da sua descoberta de um conjunto de múmias e de objetos arqueológicos em Antinoe no Egipto. Cidade que fora fundada na época do Imperador Adriano, ou seja, cerca do ano de 130. Disperso por diversos museus franceses esse tesouro é agora objeto de criterioso estudo científico pilotado pelo Museu do Louvre.
O documentário segue dois rumos distintos, que se interligam quando se trata de evocar a civilização copta. Por um lado o relato histórico e contextual da história desse povo, e por outro o acompanhamento do trabalho desenvolvido pelos investigadores em torno das cerca de quarenta múmias retiradas daquele local. O que justifica uma viagem pelo Nilo para visitar mosteiros e ruínas coptas, que correspondem a vestígios dos primeiros cristãos egípcios.
Segue-se outro documentário, produzido no ano anterior, e assinado por Jean-Louis Saporito: “En Ethiopie, sur les traces des premiers chrétiens”, que constitui um testemunho curioso sobre a passagem de São Samuel pela Etiópia, ademais apimentado com a visita a mosteiros até agora escondidos das câmaras de televisão ou do cinema.
Ficamos, assim a saber que, na Etiópia atual, metade dos oitenta milhões de habitantes são cristãos e consideram a sua Igreja como a mais fiel ao cristianismo original.
No norte do país, a província do Tigré abriga um território recôndito dedicado à vida monástica, o Woldeba. Vivem aí, em abstinência, cerca de mil monges e eremitas que, escondidos dos olhares do mundo profano, passam os dias a jejuar e a orar.
Para estes religiosos a decisão de morrer em Woldeba equivale a terem acesso direto ao paraíso.
A equipa responsável por este documentário acompanhou um investigador do Centro de Estudos Africanos, François Le Cadre, numa visita destinada a observar as práticas religiosas dos monges e a recolher informações sobre o lendário Sâo Samuel. Fora ele quem, no século XIV, fundara um importante mosteiro nessa região, seguindo os passos de Santo António, um dos pais do deserto.
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