sábado, 6 de julho de 2013

POLÍTICA: as mulheres do norte do Mali

Goumdam, perto de Tombouctou, foi ocupada por diversos grupos armados, que impuseram a sharia, causaram terror coletivo e pilharam tudo quanto puderam.
A intervenção militar francesa, ocorrida durante a primavera, obrigaram os grupos islamitas a recuarem, mas o norte do Mali continua na instabilidade. Razão para duvidar das condições em que, no final deste mês, decorrerão as novas eleições presidenciais.
Desde maio que Goundam está sob a proteção de um contingente militar do Burkina Faso e de policias malianos.
Oumou Sall Seck decidiu regressar à sua cidade, um ano depois de dela ter fugido, quando exercia as funções de presidente da Câmara, o que era um caso de exceção nessa região assaz conservadora.
Em 2009 ela conseguira ser eleita para um segundo mandato e fizera da sua comuna um exemplo em toda a região: educação, saúde, desenvolvimento económico, iluminação pública, direitos para as mulheres, formação, reconversão das excisoras...
Oumou Sall Seck lutou por encontrar investidores capazes de a ajudarem a financiar numerosos projetos empresariais. Era o que designava por «dinâmica de desenvolvimento». Mas os islamitas destruíram ou pilharam tudo.
«Está tudo por recomeçar do zero!», conclui.
Durante o seu exílio forçado multiplicou intervenções contra os ocupantes e contra a sua ideologia e a favor de uma intervenção militar.
Agora, ela foi recebida pela população entusiasmada, que sente a urgência em vê-la retomar o trabalho interrompido pelas forças terroristas. E é uma nova esperança, que ali emerge junto de uma tão sacrificada gente...


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