Bernburg, no land do Saxe Anhalt, na antiga Alemanha de Leste. Em 2007, o paleontólogo Cajus Dietrich descobriu aí pegadas de sáurios com mais de 240 milhões de anos.
Começou aí uma investigação aprofundada sobre esses antepassados da fauna terrestre com recurso à mais avançada tecnologia, incluindo a modelação desses traços em três dimensões. É dessa sucessão de aquisição e suposição de conhecimentos sobre o que possa explicar tais pegadas, que Jan Lorenzen concebeu o seu filme «Nas pisadas dos primeiros sáurios».
A partir de métodos de extrapolação do aspeto desses sáurios de acordo com o comportamento de animais atuais procurou-se dar resposta a como eles seriam. E testaram-se as interligações possíveis entre os macronecmus de Bernburg, o euparkeria conservado no Museu de História Natural de Paris, o ticinosuchus do Instituto de Paleontologia de Zurique e um grande sáurio descoberto no Arizona com os atuais iguanas?
É no decurso desses estudos, que Dietrich conclui que o macronecmus nada tinha a ver com os dinossauros nem com os lagartos atuais, pertencendo a uma família mais antiga de sáurios de que temos os iguanas como longínquos descendentes. Com cerca de cinco metros de comprimento alimentava-se de uma espécie de caranguejos gigantes então existentes.
O documentário é bastante interessante enquanto tese sustentada sobre o aspeto da Terra nesse distante passado mas, claro que todas as propostas da equipa de Dietrich são falíveis por se basearem em dados muito limitados. Quase por certo que novos achados arqueológicos poderão pô-las em causa. Mas não é essa a base da verdade científica: algo em que se acredita até vir a ser refutado por outra mais fundamentada?
Damos um salto de cem milhões de anos e passamos para «Quando os Dinossauros Povoavam a Alemanha», que leva os geólogos do Museu Regional de Hanover à China para procurarem as semelhanças entre as centenas de pegadas descobertas em 2008 na Baixa Saxónia numa pedreira de grés e as dos raptores - mais precisamente de troodontidios - de pequenas dimensões e cobertos de penas descobertas anteriormente na China. O que vem confirmar o elo entre as aves atuais e os dinossauros.
Mas o documentário também mostra as relações são difíceis entre os cientistas e o dono da pedreira, que ameaça constantemente pôr fim aos trabalhos.
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