Vencedor ou vencido da recente crise política, paulo portas estará sob o foco de todas as atenções nos próximos meses. Porque acabou-se o tempo em que estava a colher as mordomias do poder, ao mesmo tempo que se perfilava como seu opositor sempre que dava jeito.
É por isso que, apesar de sentir ânsias de eleições antecipadas, que ponham fim a este ciclo, também não desprezo a possibilidade de repetir para mim mesmo uma das frases feitas do general franco se acreditarmos na forma como Manuel Vasquez Montalban lhe concebeu a autobiografia: “há males, que vêm por bem!”.
António José Seguro pode assim ter ainda algum compasso de espera para encontrar, lá bem no fundo de si, umas migalhas de capacidade de liderança com que possa vir a compor um retrato credível de estadista responsável. E, sobretudo, poupa aos socialistas a má-fama de se verem sempre na contingência de apelarem aos apoios do FMI ou da troika.
Será judicioso que, depois de ter afundado a economia à conta de um programa ideológico sem pés nem cabeça, que seja a direita atual a pedir o segundo resgate, qualquer que venha a ser o eufemismo sob que se esconda formalmente! Porque com o número de desempregados e as fábricas e empresas diariamente a encerrarem não se vislumbra nos reconciliados pedro e paulo a capacidade para cumprirem as orientações da troika e, ao mesmo tempo, conseguirem criar um crescimento efetivo do volume de emprego em Portugal.
Se a coligação resistir é só porque adivinha o desastre da próxima contagem de votos em legislativas. Mas as ruas encontrarão, dia-a-dia, os fundamentos para se tornarem cada vez mais ruidosas...
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