Domenico Scarlatti foi um dos mais importantes intérpretes e compositores para cravo da sua época. O facto de ter composto mais de 500 sonatas secundarizou a, igualmente, importante obra vocal, quer profana, quer sacra. Nesse sentido, afirmou-se como um continuador do próprio pai, Alessandro Scarlatti, que fora o principal compositor italiano de óperas do final do século XVII.
Entre 1709 e 1719, Domenico foi mestre de capela do embaixador português em Roma e da Capela Giulia no Vaticano. E foi nesse período que compôs o seu Stabat Mater para dez vozes (quatro sopranos, dois contraltos, dois tenores e dois baixos), que evoca um longo pranto, ainda que sincopado por várias melodias, estilos, andamentos, compassos.
Embora ateu por convicção, não posso deixar de me render ao esplendor desta música concebida para outro fim, que não aquele para o qual agora a considero ideal: a sua fruição enquanto exemplo superlativo do Belo!
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