Quatro horas passadas sobre a comunicação ao país de António José Seguro sinto-me bastante mais descansado: não vi o meu partido a embarcar numa aventura em que deitaria a perder muita da sua História e da sua importância para uma evolução progressista da vida dos portugueses.
Não é que esteja plenamente convencido de que, entre os dirigentes promovidos por Seguro à Direção do Partido não houvesse quem desejasse, e muito, um acordo de total submissão aos interesses da troika. Mais ainda: coincido com o painel dos comentadores da «Quadratura do Círculo» na curiosidade quanto ao que ele terá deixado pressupor a cavaco para este mais facilmente se deixar embalar pela miragem de quem o queria convencer da imprescindibilidade de um suplemento de vida à coligação PSD/CDS, mesmo quando ela metia água por vários rombos!!
Mas reconheço: o texto lido com inesperado nervosismo foi irrepreensível no conteúdo, procurando devolver a responsabilidade pela crise política aos que são os seus progenitores legítimos.
Agora não faltarão patriarcas e catrogas a juntarem-se aos arregimentados comentadores pró-governo para repetirem mil vezes as mesmas mentiras só para tentarem iludir a realidade: a austeridade custe o que custar constituiu um crime contra os interesses nacionais e os seus autores terão de ser punidos o mais rapidamente possível mediante as eleições antecipadas, que os devolvam ao anonimato donde nunca deveriam ter saído. Se até o josé gomes ferreira da SIC se atreve a dizer da Economist, que nem se trata de revista prestigiada, só porque ela conclui pelo total falhanço dessa estratégia em Portugal!
Preparemo-nos, pois, para as eleições. Que não serão para já, nem dependerão da possibilidade de cavaco dissolver a assembleia por muito que passos coelho se atreva a pressioná-lo de forma muito indecorosa.
A queda virá a partir das ruas: e se não foi a 15 de setembro de 2012, nem a 2 de março de 2013, fica aprazada para a próxima grande manifestação, que encher avenidas e praças de todo o país.
Às três será de vez!
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