Dois anos depois das eleições, que enviaram José Sócrates para Paris e trouxeram um bando de garotos para a liderança dos destinos do país, tenho de fazer mea culpa sobre a previsão que fiz então no blogue: nessa altura previ, que o governo saído dessas eleições duraria até às eleições autárquicas de 2013, caindo na sequência do desastre anunciado para essa altura. Porque, desde o início, foi evidente o voluntarismo típico dos amadores incompetentes, que sobrevalorizam as suas competências e capacidades acima do que todos os demais reconhecem.
Durante uns meses a propaganda ainda manteve expectativas, quanto aos resultados de se ir além do estipulado com a troika. Mas os sinais do fracasso começaram a detetar-se desde muito cedo: quando a única solução para o desemprego jovem passou a ser a emigração e miguel relvas fez convergir para si os holofotes de uma certa forma de arrivismo capaz de todos os malabarismos para alcançar os seus fins pessoais!
Nessa altura, reconheço que comecei a ter dúvidas. A 15 de setembro de 2012 fiquei ciente de que me poderia equivocar: muito mais cedo do que imaginaria, a coligação PSD/CDS cairia pela pressão da rua, pelas suas contradições internas e, sobretudo, pelos resultados calamitosos em comparação com as previsões cor-de-rosa previamente estipulavam. Mas os meses foram passando, com greves e manifestações a não conseguirem senão abalar o precário castelo de cartas sobre o qual se sentava passos coelho-
Nesse intervalo o diretor do «Expresso» afiançava a certeza de termos um governo para toda a legislatura e josé gomes ferreira teimava na SIC em defender vítor gaspar até à náusea com aplauso de uma plateia de iludidos admiradores. Eram apenas dois dos apoiantes confessos de um governo cada vez mais distanciado de todos os portugueses.
A vertigem dos acontecimentos de ontem e de hoje dá-me agora a certeza de me ter enganado … mesmo que por pouco. Embora ainda não esteja definida a data das eleições legislativas, elas tornam-se imperiosas antes das autárquicas, que previa virem a ser o detonador da crise política.
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