segunda-feira, 29 de julho de 2013

DOCUMENTÁRIOS: «Lula Gigante» de Yasuhiro Koyama e «Tubarões das profundezas» de Yoshi Yuki

Há poucos dias apareceu uma lula gigante nas águas de Sesimbra, repetindo um acontecimento comum em muitos dos mares do globo. Mas surpreendendo sempre que acontece por ilustrar a diversidade da fauna oceânica com tanto ainda por descobrir.
Daí o interesse dos documentários japoneses apresentados no canal ARTE durante o fim de semana e em que estiveram em foco as lulas gigantes e os tubarões, que povoam as grandes profundidades do globo.
«Lula Gigante» de Yasuhiro Koyama (2013) acompanha a expedição científica, que captou as primeiras imagens de uma lula gigante a movimentar-se nas profundezas do oceano Pacífico.
Data de há dez anos a colaboração entre o canal NHK com o Museu Científico Nacional no Japão para se procurar a forma de filmar essa misteriosa criatura, que foi objeto de tantas histórias no imaginário marítimo mundial.
Até se terem conseguido captar algumas fotografias em 1996 ainda não se verificara qualquer prova documental da sua existência. Agora o dr. Tsunemi Kubodera chefiou uma expedição a bordo de um submarino concebido expressamente para tal objetivo.
A cerca de 15 kms a leste da ilha de Chichi, no Pacífico Norte, a equipa de Kubodera conseguiu encontrar a mítica lula com cerca de 8 metros de envergadura ao fim de uma centena de mergulhos e de quatrocentos horas passadas dentro de água. Vista a 630 metros de profundidade as imagens aqui documentadas acompanham-na até aos 900.
Após terem conseguido filmar pela primeira vez a famosa lula no seu habitat natural, os biólogos marinhos  Yoshihiro Fujiwara e Sho Tanaka esforçaram-se por procurar outras espécies pouco conhecidas nas mesmas profundidades, como sucede com os tubarões dali característicos… É o tema do documentário «Tubarões das profundezas» de Yoshi Yuki (2013).

Para levarem a bom porto essa experiência inédita, os cientistas servem-se de um isco providencial: o cadáver de um jovem cachalote, que deu à costa numa praia japonesa há alguns anos atrás e, desde então, congelado.
Preso a um bloco de betão ele é imerso e cumpre o objetivo na perfeição. Nas semanas seguintes gigantescos tubarões de diversas espécies agitam-se à volta desse isco. E nos mergulhos sucessivos com os robôs submarinos encontram-se espécies de tubarões, que já existiam há 380 milhões de anos. Ou outros com formato tão singular, que merecem bem a designação de “monstros marinhos”- Ou ainda o gigantesco megamouth, só conhecido desde 1976 e com uma boca de um metro de largura. O encontro com este último espécime, grande glutão de camarões, constitui o ponto culminante da expedição.


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