segunda-feira, 22 de julho de 2013

FILME: «Tortura» de Alf Sjöberg (1944)

À partida este filme apresentado na Cinemateca interessou-me porque se tratava do primeiro argumento de Ingmar Bergman para cinema. Mas, para além dessa curiosidade de cinefilia pura, “Tortura” constituiu uma bela descoberta não só pelo tema - o da relação de poder entre pessoas colocadas em posições sociais desiguais - mas também pela maravilhosa fotografia de Martin Bodin.
Temos como protagonista o finalista Widgren a enamorar-se da empregada da tabacaria junto à escola, sem saber da opressão nela exercida pelo mesmo professor que aterroriza a sua turma.
Porque é que se tortura alguém até ao ponto de se o levar a morrer de causas ambíguas (de excesso de álcool ou de desespero?)? Será plausível que o torturador seja um monstro a conta com as suas próprias assombrações?
No contexto em que o filme foi rodado, o do final da Segunda Guerra Mundial, as leituras possíveis são múltiplas ou não fosse esse um tempo de medo à solta por toda a Europa! E em que os fracos morriam sem remissão só porque a força bruta sobre eles exercida não conhece travão!
Bergman esboça aqui temas que abordará nos seus filmes posteriores...



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