A semana concluiu-se com a direita muito preocupada com a suposta viragem de António José Seguro quanto à exigência de eleições.
É pires de lima, dirigente de topo do CDS ou deputados par(a)lamentares do PSD a acenarem com a possibilidade de atividades conspirativas de António Costa como razão para o suposto nervoso miudinho do secretário-geral do PS. Ou o inefável camilo lourenço a teorizar sobre o iminente despertar do país para brilhantes amanhãs que cantam (a ida aos mercados a significar dinheiro a rodos para todos, sob a forma de investimentos de uns e de ordenados mexerucos para todos os preguiçosos que se apresentam como desempregados), que justificaria a urgência em se chegar ao poder a fim de colher os frutos de tantos sacrifícios impostos aos portugueses.
Com tal argumentação em forma de nuvem poluidora ao melhor estilo chinês, pretendem os autores impedir as massas desapossadas com tantos impostos e cortes nos subsídios sociais de compreenderem o efeito conspirativo de tudo quanto gaspar, moedas, borges e os técnicos do FMI por ele arregimentados andam a implementar: um país já tão transformado na sua estrutura produtiva, que nenhum governo, que venha a seguir, consiga reconstruir o que eles tão afanosamente destruíram.
É por isso que as ações de protesto previstas para as próximas semanas serão determinantes. Mesmo que a polícia, a mando do Macedo do governo, aposte nas reações musculadas já testadas esta semana com os jovens estudantes de Braga.
Ao contrário do que passos coelho diz o governo não se manterá em funções apenas pela vontade do PSD ou do CDS. Ele depende da maior ou menos proatividade dos portugueses para os empurrarem de São Bento para fora.
Ainda não há muito tempo acreditava na bondade de deixar o governo corroer-se mais até às autárquicas, altura certa para o confrontar com monumental condenação dos eleitores. Que confirmariam então a falta de legitimidade para prosseguirem o seu mandato. Mas o criptofascismo em tão eloquente demonstração revela não sobrar mais espaço para a passividade.
O início da primavera deverá significar o alvorecer de um tempo novo. E é avisado que toda a oposição de esquerda se prepare para o papel histórico, que lhe caberá neste ano de todos os perigos.
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