sábado, 19 de janeiro de 2013

POLÍTICA: porque é que a França interveio no Mali?


Porque é que a França de François Hollande decidiu uma intervenção musculada no Mali?
À partida a razão é a de impedir a progressão do terrorismo islâmico na África sahariana, o que tem pleno cabimento para quem acredita residir no islamismo radical uma forma moderna de fascismo a combater com a mesma tenacidade com que, outrora, se defrontou Hitler, Mussolini ou Salazar!
Mas, por trás dessa bondade aparente, existe outra razão bem mais prosaica: o Mali faz fronteira com o Niger, o quarto produtor mundial de urânio, donde provém um terço do combustível consumido anualmente pelas 58 centrais nucleares francesas. E onde se prepara a abertura de uma nova mina gigante, igualmente explorada pela francesa Areva, com capacidade para extrair anualmente 5000 toneladas de urânio por ano. Uma realidade que não se compadece, pois, com os riscos de tão atribulada vizinhança. Assim, antes de se confrontar com mais sérios problemas políticos e energéticos, o presidente francês não hesitou em assumir-se como um falcão da política externa, disparando antes mesmo de avisar que o iria fazer...


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