Florestas imbricadas, fortificações desabitadas, criaturas fabulosas (frequentemente pássaros) - os universos do pintor surrealista Max Ernst (1891-1976) nada perderam do seu potencial de fascínio. Um dia ele disse: um pintor está perdido quando se encontra.
Nenhuma outra citação poderia resumir melhor esse pintor visionário nascido na Alemanha: na sua obra a contradição é uma constante, nunca deixando de experimentar, sempre à procura de novos meios de expressão artística.
Com técnicas como a de transferir uma imagem em relevo marcando uma tela colocada por cima dela, ou a raspagem do pigmento na tela, ele revolucionou a arte. Ernst que nunca pós os pés numa escola de arte e estudou filosofia e história da arte, influenciou várias gerações de pintores. Mas, para além das pinturas e das suas estranhas esculturas, devem-se-lhe igualmente os célebres romances-colagens com histórias fantásticas.
Na sua vida pessoal ele era um hiperativo ávido de liberdade. Em 1922, incompreendido e revoltado, deixa Colónia e vai para Paris aonde convive com os surrealistas, que rodeavam André Breton e Alberto Giacometti. Considerado um «estrangeiro inimigo», chega a ser preso por duas vezes até sair de França na direção dos EUA aonde se exila em 1941.
O Museu Albertina de Viena consagra-lhe atualmente uma grande retrospetiva com cento e cinquenta quadros, colagens, esculturas e livros ilustrados, englobando todos os períodos, invenções e técnicas do artista do século XX.
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