Porque se trata de uma abordagem bastante interessante sobre uma das principais obsessões destas páginas, aqui fica mais um trecho:
Lentamente, temo-nos tornado um povo sonâmbulo, sem alma nem esperança, roídos pelo Sentimento do Nada (…). Vivemos numa atmosfera impregnada de medo: medo no trabalho, medo nos transportes públicos; medo nas ruas; medo da polícia, por sua vez medrosa de não atingir os objetivos propostos pelo superior hierárquico; medo dos funcionários bancários, que nos exigem a prestação do carro, da casa…
Este medo fantasmático nasce da suspeita de em breve a nossa existência ser atormentada pela concretização real de um desses perigos, projetando o Nada na nossa vida, subvertendo a existência suave que tínhamos atingido após dezenas de anos de trabalho.
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