Esta história é completamente verdadeira e atestada por documentos fascinantes.
Um grande documentário retrata o percurso incomum de um empregado bancário da Baviera, que escolheu consagrar-se à pintura e tornou-se num dos mais conceituados retratistas dos príncipes indianos dos anos trinta do século passado.
O pintor chamava-se Hannes Fritz-München, com o apelido a apontar para a sua cidade natal.
Na cave do artista o neto encontrou numerosos rascunhos e películas de filmes realizados pelo avô durante as suas peregrinações à Índia, ainda então sob o jugo colonial britânico.
Durante a sua viagem de núpcias, Hannes fora de facto solicitado por um marajá para lhe pintar o retrato naquela que constituiria a primeira de muitas encomendas posteriores, que o levaram de corte em corte durante diversas deslocações ao subcontinente indiano.
Na altura em que os nazis chegaram ao poder estava Fritz-München a viajar entre o Rajastão e o Ceilão no seu habitual labor de pintar retratos e rodar filmes. Ele chega a encontrar o Mahatma Gandhi que recusa o retrato a óleo, mas acede a ser imortalizado em película cinematográfica.
Em «München in Indien», documentário anteontem estreado nas salas alemãs, acompanha-se Konstantin Fritz, o neto do artista, a percorrer os caminhos outrora palmilhados pelo avô para encontrar muitas das suas numerosas obras ainda penduradas nas paredes dos palácios indianos, ao mesmo tempo que se reconstituem os seus últimos anos de vida na Alemanha.
Durante a Segunda Guerra Mundial Fritz-München pintou as vinhas da sua região natal e, logo após, trabalhou para as forças de ocupação americanas.
Apolítico, e talvez um pouco ingénuo, contentava-se em executar as encomendas, que recebia. O que o torna merecedor de lhe redescobrirmos a biografia.
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