Nunca tive simpatia por Ricardo Salgado, nem aliás por nenhum banqueiro. E até considerei ajustada a designação que lhe foi crismada em como era um dos «donos disto tudo». Mas também não alinhei com a sanha inquisitorial que os apaniguados da coligação no poder na comunicação social entenderam dirigir-lhe nos últimos meses.
Sem paciência para seguir as muitas horas da sua passagem pela Comissão Parlamentar, recolhi informação nos fragmentos transmitidos na SIC, nomeadamente nos comentários de Pedro Santos Guerreiro e de josé gomes ferreira. E fico-me com esta opinião: ele nunca foi decerto nenhum menino de coro, e terá indubitavelmente cuidado do seu futuro e dos seus em paraísos fiscais sem esperar que o império familiar ruísse. Mas todas as críticas, que emitiu contra o governador do Banco de Portugal e contra o governo de passos coelho foram mais do que merecidas. Porque incompetentes na forma como geriram todo o imbróglio em causa, também não revelaram sentido de estratégia para salvaguardarem uma marca centenária, que liberta de quantos a tinham mal gerido desde 2008, poderia funcionar como alavanca para o problema da falta de crescimento da economia portuguesa.
Apenas por preconceito ideológico dos seus efémeros governantes - que nada quiseram aprender com a nacionalização do BPN -, é que o país ficou com um sistema bancário ainda mais fragilizado e incapaz de corresponder ao que dele se deve esperar. Porque em vez de pensarem em criar um banco de fomento, cuja utilidade não se vislumbra nesta altura, passos coelho e marilu albuquerque bem poderiam ter congeminado em fazer das sinergias entre a CGD e o BES nacionalizado uma das respostas eficazes para se reorientar Portugal no sentido do resoluto crescimento.
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