Pedro Adão e Silva tem denunciado frequentemente a intenção dos juízes em apossarem-se do poder em Portugal, impondo um tipo de regime, que de democrático tem muito pouco. Constatamo-lo na forma como alguns ex-governantes socialistas têm sido tratados nos últimos tempos, quer com a absurda detenção de José Sócrates em Évora, quer com as penas absurdas impostas a Armando Vara ou a Maria Lurdes Rodrigues em julgamentos onde a matéria apurada não teve qualquer correspondência nas penas aplicadas.
No texto «A Regeneração e o Rei-Juiz», hoje publicado no «Expresso» ele aborda as declarações criptofascistas emitidas por maria josé morgado numa entrevista concedida à SIC Notícias em que a diretora do DIAP de Lisboa prometia um mundo novo, perfeito e maravilhoso depois da “Justiça” ter cuidado dos casos de promiscuidade entre as nossas elites políticas e económicas atualmente na ordem do dia.
A ameaça antidemocrática, personificada na antiga militante maoísta, leva Pedro Adão e Silva a recordar que a História ensina-nos onde nos costuma levar a política fundada na “virtude” e na seleção dos “honestos”. “Desde logo, porque precisamos de saber quem é que certifica a honorabilidade”.
Nesse sentido, e porque maria josé morgado parece acreditar nesse papel “regenerador” da sua classe profissional, ele volta a transcrever o texto que a Associação Sindical dos Juízes Portugueses pôs à discussão no seu Congresso: “o poder judicial (…) corre o risco de se vir a assumir como o verdadeiro poder, depois do século XIX (ter sido) do poder legislativo e o ´seculo XX o do poder executivo”.
Se isto não explicita uma vontade corporativa em fazer um golpe de Estado onde os dois outros poderes constitucionais ficariam sujeitos aos ditames dos juízes, não sabemos que mais precisamos de evocar. Para Pedro Adão e Silva os juízes ameaçam ser novos inimigos das sociedades democráticas.
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