A primeira sondagem conhecida depois da prisão de José Sócrates - a da Aximage para o «Jornal de Negócios» - deve ter arrefecido o entusiasmo dos que já soltavam aleluias nas redes sociais e começavam a acreditar na possibilidade de manterem por mais quatro anos a destruição do que ainda resta do Estado Social.
Os 37,2% atribuídos ao PS continuam a superar a soma do PSD e do CDS (31% + 5,1%) e, devidamente potenciado nos próximos meses com a apresentação do programa de governo na Primavera e outras ações de campanha para as quais o empenho determinado dos militantes e simpatizantes se fará sentir, aproximá-lo-ão do objetivo da maioria absoluta.
É que António Costa está longe de já ter esgotado as munições de que se muniu para estes longos nove meses de sucessivas batalhas, enquanto a coligação da direita de braço dado com o ministério público já soltou cedo demais a bomba atómica com que poderiam dificultar a avassaladora progressão socialista para a vitória de que tanto carecem os portugueses.
A evolução das notícias oriundas do Estabelecimento Prisional de Évora está a constituir uma resposta firme aos que julgavam jogar um forte trunfo político encarcerando o antigo primeiro-ministro. À medida que se forem confirmando os sinais de não existir matéria bastante para o inculpar dos crimes de que o acusaram, a tendência na opinião pública é para fazer dele o símbolo do mais iníquo abuso de poder verificado desde a Revolução de Abril.
A ver vamos se, em vez de constituir um difícil obstáculo, enunciado até à náusea pelos comentadores do costume, para que António Costa venha a ser eleito primeiro-ministro com a maioria absoluta, todo este caso não acabará por melhor lhe aplainar o caminho!
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