António Guterres deu uma entrevista a Teresa de Sousa, que o «Público» facultou na edição deste domingo e em que demonstra, de forma eloquente, as muitas razões porque merece suceder a Ban-Ki-moon.
Ao longo destes anos, em que tem liderado os esforços internacionais para corresponder ao crescimento contínuo do número de refugiados e deslocados (hoje são 51 milhões de pessoas, o máximo alcançado desde a Segunda Guerra Mundial!), a sua competência tem sido sujeita a rudes desafios de que tem saído quase sempre bem sucedido, mormente quando faltam verbas para o Programa Alimentar Mundial e as consegue arranjar sem ver estancado o fornecimento de alimentação a quem dela carece.
Mas habilita-o igualmente a visão sobre uma conjuntura onde as grandes instâncias internacionais não têm sabido prevenir nem resolver os conflitos.
Num dos momentos mais interessantes da entrevista constata: “Recordo-me que, quando estudava História no liceu, as guerras tinham normalmente um vencedor e um vencido. Agora, nas guerras ninguém ganha, todos perdem. A guerra vai-se eternizando e não há capacidade para a terminar.”
Para um futuro próximo onde já não estamos na lógica da Guerra Fria, nem dos EUA como única superpotência, é fundamental que a ONU tenha a liderá-la quem reconhece o mundo caótico em que vivemos e para o qual importa recuperar o sentido da sua previsibilidade possível...
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