domingo, 7 de dezembro de 2014

As inquietações da direita quando confrontada com o seu próprio vazio

Às vezes somos levados a pensar que passos coelho julga ter conseguido adormecer os portugueses com a intensa manipulação da realidade, que lhes tem vendido com a cumplicidade de uns prestáveis comentadores mas ainda assim tendo a necessidade de os testar para ver até que ponto andam suficientemente ausentes para tudo lhes poder ser dito.
Vem isto a propósito do discurso desta semana em que falou de mexilhões para defender a tese de terem sido os mais abonados a sofrerem realmente com a crise.
Na generalidade dos jornais, rádios e televisões a notícia foi passada sem comentários como se até os próprios apaniguados do ainda primeiro-ministro não quisessem acreditar na barbaridade de que tinham sido testemunhas. É que eles próprios devem estar a duvidar de quanto ainda pode ir a paciência de quem já tanto foi forçado a engolir e comecem a temer o súbito despertar de uma mais do que justificada indignação!
O grande problema da direita é saber que os portugueses anseiam por outro discurso, que não o da “pesada herança” dos governos de José Sócrates ou da responsabilidade da troika nos sacrifícios impostos nestes três anos. E, mesmo divergindo no tipo de mensagem, que pretendem passar - passos com esta absurda tentativa de se revelar mais socialista do que os socialistas ao orgulhar-se de ter imposto maiores esforços aos ricos para oferecer a “boa vida” hoje usufruída pelos mais pobres e portas sem outra bandeira do que a recuperação de um feriado já prometido por António Costa - os dois partidos do governo estão a contas com o vazio das suas ideias e das capacidades de marketing bastantes para transformar esse nada em refulgente ouro.
Não admira que tenham passado a semana a ensaiar uma tíbia resposta aos brilhantes discursos do novo secretário-geral no Congresso e em que foi notória a relevância atribuída a devolver a esperança aos portugueses. 

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