Bem pode passos coelho esperar por tempos bonançosos nos próximos meses, que anuncia-se-lhe uma conjuntura bastante desfavorável para compensar os fatores, que julgará poderem-no salvar de uma fragorosa derrota eleitoral.
Um dos sinais dessa conjuntura está no relatório ontem publicado pela OCDE e que demonstra uma evidência, que só a direita troikeira recusa ver: quanto mais desiguais são as sociedades mais afastadas ficarão do almejado crescimento económico. E existe um papel fundamental da educação em tudo isso: a desigualdade implica o desinvestimento na qualificação dos recursos humanos e só aumenta a bola de neve em que se converte o ciclo de empobrecimento das populações.
O estudo da OCDE apresenta indicadores quantitativos, que não deixam azo a qualquer dúvida. Razão porque em 2015 crescerão as divergências entre os nossos parceiros europeus com os italianos e os franceses a unirem esforços para mandar a senhora Merkel dar uma grande volta ao bilhar grande e com a forte probabilidade de, na Grécia, o Syriza se vir juntar à festa.
O falso consenso em torno da visão ortodoxa do Tratado Orçamental não terá grandes condições para perdurar. Razão mais do que bastante para António Costa não se deixar seduzir pelos cantos de sereia dos que insistem em que diga desde já como irá resolver os problemas da dívida ou do crescimento.
Em setembro, quando o novo governo for eleito pelos portugueses, muito terá entretanto mudado nas relações de forças que vigoram dentro da União Europeia.
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