Daniel Oliveira tem revelado um consistente pessimismo face à influência ameaçadora de forças antidemocráticas nos diversos países europeus. Por isso mesmo defende que estamos a viver a maior crise democrática desde a 2ª Guerra Mundial, muito à conta da secundarização do Estado-Nação e das condições por ele propiciadas para exercer a democracia.
A culpa devemo-la atribuir a quem tem liderado a União Europeia nos últimos anos e que promoveu um golpe profundamente antidemocrático, baseado numa “integração” em que se desnacionalizou sem federalizar.
Os cidadãos viram os respetivos Estados serem despojados da soberania, que lhes permitia usufruir de imprescindíveis políticas sociais, e por isso mesmo deixam-se iludir pelos populistas, que invocam nacionalismos serôdios para cavalgarem um descontentamento crescente de quem se sente perdido na sua identidade.
A solução proposta pelo comentador do «Expresso» e do «Eixo do Mal» é lapidar: “devolver a soberania aos estados-nação e recuperar os recursos que fogem para o sistema financeiro para os devolver aos Estados e aos cidadãos.” Por outras palavras os próximos anos voltarão a dar pertinência à renacionalização de muitos dos setores, que nunca deveriam ter sido entregues ao “mercado”. Tanto mais que se viu a facilidade com que essa entidade abstrata pode assumir a forma de a nacionalização de tais empresas por outro Estado, o chinês, que não tem reserva alguma em manter a economia comandada pelo seu poder político.
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