A corte laranja, que rodeia passos coelho, anda a viver dias difíceis. Quando a prisão de José Sócrates já levava alguns a lançar aleluias e a dar expectativas de eleições legislativas muito mais disputadas, eis que os cálculos vão ficando sucessivamente furados.
Por um lado aparece o Banco de Portugal a desmentir as loas estatísticas do INE a respeito da criação de emprego deixando gaguejantes os pregadores do «milagre económico». Sobretudo, porque as instituições internacionais, antes tão pródigas em elogiarem os “esforços reformistas” do governo português, já passaram a duvidar dos cenários por ele apresentados e até a sugerirem caminhos opostos aos entretanto tomados.
Depois surgem as sondagens - a da Aximage na semana passada e a do “Expresso” deste sábado - a confirmarem a tendência irreversível para a quebra de apoio para todos os partidos em favor da subida do PS de António Costa. Os comentadores que tinham afiançado a inevitável quebra nas sondagens provocada pela decisão do juiz carlos alexandre tiveram de reconhecer a falácia das suas previsões.
Acrescem ainda os sinais de fracasso na tentativa do ministério público em contar com provas concludentes de um qualquer ilícito de José Sócrates, esfumando-se as teses de corrupção em proveito de da de um suposto branqueamento de capitais, que ainda está longe de conseguir ser demonstrado. Se João Araújo comprovar a sua muito elogiada competência e confrontar a acusação com a ilegitimidade do seu comportamento, obrigando à libertação imediata do antigo primeiro-ministro, poderemos ver criadas as condições para reformar a Justiça de forma a nunca mais se poderem repetir prepotências de juízes como agora sucedeu.
Mas este fim de semana está também a ser complicado para o governo com o caso TAP. É que a pressa de passos coelho e pires de lima em venderem um dos ativos estratégicos mais importantes do país pode fracassar perante as evidências enunciadas por António Costa sobre a falta de fundamentação para tal decisão antipatriótica: não só o Estado pode financiar a TAP conforme reconheceu a comissária europeia da Concorrência, como não era exigida a sua privatização total no memorando da troika, e como já se ultrapassou em muito a verba prevista com a venda de empresas públicas para cumprir esse documento.
Bem podem os apoiantes do governo repetirem milhentas vezes as mentiras, que têm prodigalizado sobre a empresa aérea, que, a atreverem-se a ir por diante, ainda mais custos sentirão na hora de irem a votos!
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