quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Dois diagnósticos opostos, mas ambos rotundamente falsos

Em dois dias seguidos tivemos duas posições distintas - e ambas lamentáveis! - sobre o estado das coisas em Portugal.
A múmia, que faz figura de presidente, veio “alertar” para o facto de não se esperarem facilidades para a resolução dos problemas do país.
Em abstrato até lhe daríamos razão se não o soubéssemos um dos principais culpados da dimensão da crise, que vivemos, ao sempre ter sido abjetamente parcial para com os governos com quem lidou: sabotador com os de José Sócrates, conivente com os de passos coelho. E se, por absurdo, ainda tivéssemos alguma dúvida sobre esse alinhamento aí está a promulgação do decreto para a venda da TAP a comprová-lo. Nem sequer um mero escrúpulo patriótico o levou a questionar a morte anunciada de um dos mais importantes símbolos nacionais…
Mas se cavaco anuncia terrores - que começarão por ser os dele próprio por prever a sua manietada convivência com um governo socialista nos últimos meses em Belém - o cardeal de Lisboa voltou a brindar-nos com mais uma pérola do seu pensamento: os portugueses teriam conseguido dar a volta à crise.
Para o principal representante da Igreja Católica em Portugal os sinais arejados vindos do Vaticano para olhar a política e a sociedade parecem ser para ignorar. Como o são decerto todos os casos de sofrimento efetivo que, sob a forma de falta de emprego, de casa, ou até do mínimo para conseguir matar a fome, chegam decerto às organizações religiosas dedicadas à minimização do terramoto social por que se traduziu o fanatismo austeritário deste governo.
Ao proclamar que os portugueses já saíram do túnel e andam encadeados pela luz brilhante da pós-crise, manuel clemente está a falar decerto de outro país. Porque aquele em que supostamente vive não se coaduna com tal retrato... 

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