O que se está a passar na reunião da Comissão Nacional do Partido Socialista no Vimeiro mostra bem como António José Seguro é um homem sem qualidades, responsável pela forma como os portugueses lhe têm passado um atestado de incompetência para nele virem a confiar as funções de primeiro-ministro.
Em vez de reconhecer essa realidade, que só por autismo, se recusa a aceitar - e decerto pressionado pelos seus colaboradores diretos, todos eles a competirem entre si para demonstrarem qual bate o líder em inconsistência ideológica e retórica inapta e virem a merecer as mordomias de um acesso ao poder de que se veem agora desapossados! - o ainda secretário-geral do PS opta por manobras habilidosas, que têm três objetivos:
· impedir uma resolução célere da alteração da liderança do Partido, esperando que, com o longo hiato do Mundial de Futebol, se dilua o efeito devastador dos resultados pífios nas europeias;
· semear a tentativa de divisão do campo adversário mediante a possibilidade de surgir mais do que um candidato a disputar-lhe a liderança, diminuindo o impacto da iniciativa de António Costa;
· aliciar o desafeto eleitorado potencialmente votante no PS com o tipo de propostas típicas dos maus líderes sem credibilidade: a demagogia fácil da redução do número de deputados, que mais não é do que uma variante do discurso tipo taxista dos que entendem tais representantes da vontade popular como uns corrécios, que ganham muito dinheiro para nada fazerem;
É claro que Seguro, que sempre votou contra a iniciativa de abrir o Partido aos simpatizantes e aos eleitores - como forma de manter o “aparelho” bem controlado em sua defesa - decidiu-se pela manobra de diversão com que julga confundir quem defende o Congresso Extraordinário. Não deixa de ser uma esperteza saloia, que só o cola ao tipo de habilidades, que conformam o pior da política politiqueira.
Seguro mostra, pois um apego ao lugar, que o confirmam como quem está muito mais preocupado com o seu ego do que com o que verdadeiramente interessa ao partido e aos portugueses. Por isso irá acabar mal, apenas recordado como um líder incompetente, que nunca conseguiu capitalizar para os socialistas o profundo desagrado dos eleitores pelos três anos de terramoto governativo com que têm sido brindados.
Por isso será altura de se fazer ouvir em alto e bom som a voz dos militantes e simpatizantes socialistas, que não se revêem neste tipo de trapaças.
Pela sua história, e pelos líderes que o dirigiram até 2011, o Partido Socialista merece bem melhor. E por isso mesmo o Congresso Extraordinário e eleições diretas para secretário-geral constituem um imperativo urgente por a generalidade dos portugueses que anseiam por encontrar uma alternativa sólida à desacreditada coligação da direita.
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